Vários agrotóxicos eram
utilizados na Segunda Guerra como armas químicas. O DDT foi utilizado para
acabar com o inseto propagador da malária nos campos de batalha. Somente mais
tarde que se descobriu que era cancerígeno e cumulativo no corpo. O agente
laranja, uma mistura de dois herbicidas, foi usado nas florestas como
desfolhante pelo exército dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã de forma que
os nativos não tivessem mais onde se esconder. Em consequência surgiram vários casos
de malformação, câncer e síndromes neurológicas na população do Vietnã e nos
soldados americanos.
No pós-guerra, esses químicos
começaram a ser utilizado na agricultura com o objetivo de produzir alimentos
em maior escala. Foi então que surgiu a Revolução Verde e John D. Rockefeller
foi um dos precursores na divulgação dos métodos. Este, fundador da Standard
Oil Company, dominava a indústria do petróleo nos Estados Unidos. Ele sabia que
alimentados plantados de maneira sustentável era melhor para a saúde e meio
ambiente, mas queria ganhar dinheiro. Com a modernização das lavouras, ele
vendia mais petróleo. Ao invés de abastecer tanques de guerra, abastecia tratores.
O Brasil é o maior
consumidor de agrotóxicos do mundo. Assim que a agricultura convencional
começou a ser implantada acentuou-se o desequilíbrio social. Na época o governo
utilizou recursos públicos para o fomento da agricultura de exportação, em
detrimento do fortalecimento da agricultura familiar, levando ao empobrecimento
cada vez maior dos agricultores e, consequentemente, ao êxodo rural. Foram
várias as consequências negativas da agricultura moderna:
- Os agrotóxicos
contaminam os rios, a atmosfera e lençóis freáticos;
- Os fertilizantes
altamente solúveis em água desequilibram a nutrição das plantas, tornando-as
mais sensíveis a pragas e doenças.
- Aumento da crise
social no campo, impedindo a viabilidade dos pequenos agricultores;
- Surgimento e aumento
do número de pragas resistentes a agrotóxicos;
- Resíduos nos
alimentos muitas vezes ultrapassam os limites considerados toleráveis.
A escritora
norte-americana Raquel Carson escreveu o livro “Primavera Silenciosa” questionando
o padrão agrícola convencional. Seu nome tornou-se símbolo de um protesto
radical contra a forma com que a indústria química tratava a Terra e a vida
selvagem. Outro livro, “O Futuro Roubado”, teve grande contribuição para a
humanidade. A obra retrata os efeitos dos agrotóxicos e outras substâncias
químicas sobre a vida animal, seus acúmulos na cadeia alimentar e o
comprometimento da saúde e reprodução da espécie humana.
Mais existe uma
saída, muitas comunidades e pesquisadores preservaram e vem melhorando os modos
de produção tradicionais. Esses métodos de produção tradicionais preservam a
biodiversidade, valorizam o conhecimento local e o ambiente como um todo. Em breve
pretendo falar mais sobre os sistemas de produção agroecológicas e seus
benefícios.
“É preferível o bem de
muitos à opulência de poucos.” (José Marti)
Fonte: Agroecologia: a
semente da sustentabilidade, Epagri, 2009
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